Herdeiro adotivo de Júlio César, chegou ao poder através do segundo triunvirato, formado com Marco Antônio e Lépido. Após a deterioração da relação entre os três homens, no entanto, e a batalha de Áccio, onde Marcos Vipsânio Agripa, seu general e amigo pessoal, derrotou Antônio, Augusto se tornou o único senhor de Roma.
Nascido em Roma, com o nome de Caio Otávio (Octávio) Turino (Gaius Octavius Thurinus), pertencia a uma das famílias mais abastadas da elite romana. Seu avô tinha sido banqueiro e o pai, Caio Otávio, foi edil e pretor em Roma e, mais tarde, procônsul na Macedônia. A mãe, Átia, era sobrinha de César e, no futuro, seria amante de Marco Antonio. Átia, sua mãe, se casou com o nobre Felipe, senador de certo reconhecimento em Roma . Apesar do reconhecimento, Felipe era pouco influente e sua família estava fora dos círculos aristocráticos de Roma, e a única hipótese de progressão política era o tio-avô, então o homem mais poderoso de Roma. Este, interessando-se pela carreira do sobrinho-neto, deu-lhe educação aprimorada. César orgulhava-se do jovem, apresentando-o no Colégio de Pontífices, principal sacerdócio romano, quando tinha apenas 16 anos. Quando César, que adotara Otávio como filho em testamento, foi assassinado por um grupo de senadores, em 15 de Março de 44 a.C., Otávio estava em Ilíria, servindo no Exército. Ao retornar para a Itália, foi informado de que era o herdeiro adotivo de César.
Começa então a busca de Otávio pelo poder. Nessa época adotou a efige de Filho de Deus (Divi filius, em latim). O termo aparece daí para frente em moedas com a efígie de Otávio (ele queria que o seu pai adoptivo, Júlio César fosse glorificado como um deus e ele próprio fosse considerado uma figura divina). O assassinato de César havia deixado Roma em uma situação caótica. Otávio decidiu vingar seu pai adotivo e assegurar sua própria posição. Otávio então parte para Roma. Ao chegar em Brundísio, a Décima Segunda Legião jura lealdade a Otávio e, em discurso às tropas, Otávio declara ser filho adotivo de Júlio César. Em Roma, Marco Antônio, ambicioso companheiro de César, pede o controle das tropas de Otávio em troca de proteção e privilégios políticos, mas Otávio recusa. Otávio reivindicara sua herança, apesar do perigo que corria, e lutou por ela contra Antônio, que se apropriara do dinheiro e dos papéis de César. Pagou do próprio bolso os legados do testamento e presidiu aos jogos em memória de César. Alia-se com Cícero, o qual começa a elogiar Otávio no Senado e atacar Marco Antônio.
Otávio Augusto
Revoltado com a aliança, Marco Antônio acusa publicamente Otávio de planejar seu assassinato. Otávio publica então uma resposta ridicularizando a acusação. Otávio une-se a Bruto contra Antônio, que simplesmente junta todas as tropas que pode e fecha o cerco sobre Décimo Bruto em Módena.
Enquanto Marco Antônio se ocupava com a guerra, Otávio marcou uma audiência no Templo de Castor. O tribuno Tito Canúcio falou primeiro, atacando Marco Antônio. Logo depois, Otávio começou seu discurso, que foi muito mal-aceito. Otávio, que derrotara Antônio em Módena, exige o consulado (a que não tinha direito, dada sua pouca idade). Agripa contornou a situação, mas os senadores romanos deixaram de apoiar Otávio. Na mesma noite, Otávio foi obrigado a fugir de Roma.
Temporariamente se estabeleceu na Sabina, onde reuniu seu estado-maior e logo depois foi para Arezzo, onde recrutou tropas para invadir Roma com a força das armas.
Otávio marchou sobre Roma e impôs a própria investidura como cônsul (19 de agosto de 43 a.C.). Fez a Corte sancionar a sua adoção (ver adopção em Roma) por Júlio César, se tornando Caio Júlio César Otaviano (Gaius Julius Caesar Octavianus) e passou a ser conhecido como Otaviano. Antônio, entrementes, aliara-se ao general Marco Emílio Lépido, governador da Gália.
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